Hever (eles/elas)
Hever Bustos é um artista e organizador cultural de Hidalgo, México, com raízes ancestrais nos povos Mayangna, Matagalpa e Chorotega, e linhagem afrodescendente do Congo. Criados entre Acapulco e Iztapalapa, seus primeiros anos de vida foram moldados pela migração, sobrevivência e a constante ameaça de violência. Aos 13 anos, após perderem três amigos próximos para a violência de gangues, foram forçados a deixar seu bairro e se mudar para Pachuca em busca de segurança.
Hever descobriu seu talento para a música na adolescência, mas foi somente aos 17 anos, por meio de batalhas de rap freestyle promovidas por um amigo próximo, que começaram a levar sua voz a sério. Eles cofundaram o Doble Zero Crew, um grupo que se apresentava em festas locais de "sonidero", usando o hip hop para contar histórias de luto, abandono e luta comunitária. Mais tarde, Hever iniciou um projeto solo, distribuindo suas músicas em cartões micro SD em um álbum local conhecido como El Periódico Lírico, repleto de versos sobre a vida no bairro, família, amor e sobrevivência. Fiéis aos valores da velha guarda, eles nunca disponibilizaram suas músicas em plataformas de streaming, priorizando autenticidade e comunidade em vez de visibilidade.
Aos 19 anos, o nascimento da filha mudou o foco para a família e a sobrevivência. Após adoecerem devido ao estresse econômico e às oportunidades limitadas, mudaram-se para Seattle para trabalhar na construção civil. Lá, a cura recomeçou, desta vez através da comunidade. Juntamente com outros organizadores, Hever cofundou o SanArte, um projeto de cura abolicionista liderado por jovens que apoia jovens indocumentados e indígenas por meio da arte, música, práticas baseadas na terra e memória cultural.
Rosário (eles/elas)
Rosario Lopez é uma organizadora comunitária indígena de Nezahualcoyotl, México. Sua família se mudou para Durham, Carolina do Norte, quando Rosario tinha 13 anos. Na Carolina do Norte, Rosario estudou no Alamance Community College e se formou em Biotecnologia. Após se formarem no Community College, transferiram-se para a UNC Chapel Hill, onde se formaram em Biologia. Na Carolina do Norte, Rosario iniciou sua jornada como organizadora dos direitos dos imigrantes. Ajudou a liderar marchas, protestos, greves de fome e outras ações diretas.
No outono de 2010, Rosario mudou-se para Seattle, Washington, onde trabalhou como intérprete médica de 2011 a 2016. De 2017 a 2021, Rosario trabalhou como paralegal em imigração. Durante a pandemia, Rosario se organizou com a ajuda mútua da COVID-19 para apoiar pessoas que enfrentavam insegurança alimentar. Em 2021, Rosario e José Ventura cofinanciaram a Super Família. Em 2022, Hever, Rosario e outros jovens imigrantes cofinanciaram a SanArte e, em 2023, obtiveram o status de organização sem fins lucrativos para a SanArte.
Rosário sonha com um mundo onde nossas comunidades indígenas não sejam deslocadas de suas terras. Onde nossas comunidades não sejam forçadas a abandonar seus países de origem para sobreviver. Um mundo onde nossas comunidades possam curar os traumas causados pela colonização, pela supremacia branca e pela migração forçada com cuidado comunitário, arte, música e cultura.
Cristina
Cristina é apaixonada por construir comunidades e criar espaço para pessoas que estão aprendendo a abraçar suas paixões. Nascida em Aguascalientes, México, Cristina mudou-se para Federal Way, Washington, aos três anos de idade, onde mora há mais de 28 anos. Sua organização começou ainda jovem, após ser diretamente afetada como estudante indocumentada. Em 2010, participou de campanhas telefônicas e pressionou pela aprovação do Dream Act. Após a rejeição, ela aceitou que sua jornada teria que tomar um rumo diferente. Ela iniciou conversas com toda a equipe da escola sobre como os alunos indocumentados precisavam de apoio extra e, naquele momento, foi a primeira vez que muitos educadores ao seu redor também se conscientizaram dos desafios.
Cristina frequentou a Universidade Estadual de Washington, onde se formou em 2015 com bacharelado em Estudos Femininos, com especialização em Estudos Étnicos Comparados. Foi por meio da escrita de pessoas queer que ela começou a compreender sua própria sexualidade e a importância de expressá-la em seu cotidiano. Após a formatura, ela sabia que o conhecimento adquirido na universidade precisava ser acessível à sua comunidade.
Cristina trabalhou no mundo sem fins lucrativos de 2015 a 2021. Ela encontrou alegria em ajudar famílias a se defenderem e a defenderem seus filhos. Atualmente, ela trabalha em um restaurante, após redescobrir o conforto e a familiaridade que encontra na comida. Essa mudança lhe deu a oportunidade de encontrar mais tempo para fazer o que ama e se conectar com outras pessoas.
Cristina adora escrever e ler. Ela compartilha seus textos livremente nas redes sociais, sempre usando sua voz autêntica. Ela incentiva outras pessoas a descobrirem a própria voz, seja ela formal ou informal, permitindo que a reflexão pessoal lidere o caminho. A paixão de Cristina é trabalhar com jovens e capacitá-los em oportunidades que ela gostaria que tivessem tido quando era mais jovem. Ela se esforça para incorporar la sangre livianita, vivendo com um espírito leve, livre para experimentar alegria e riso.